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2012 - Livro Vermelho 2013

Passiflora organensis Gardner LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 21-08-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Passiflora organensis caracteriza-se por trepadeiras perenes, hermafroditas, terrícolas. Endêmica do Brasil. Amplamente distribuída pela costa sudeste e sul, no bioma Mata Atlântica, em floresta ombrófila densa montana e sub-montana, ocorre também no Cerrado. Distribui-se do estado de Pernambuco ao Rio Grande do Sul, chegando até o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Apresenta EOO de 2.145.785,456km². Protegida por Unidades de Conservação. Espécie bem representada em coleções científicas. Devido a sua distribuição disjunta e pontual entre estados brasileiros possivelmente levará a categorias de ameaça em avaliações regionais. Não ameaçada no âmbito nacional.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Passiflora porophylla Vell.;

Família: Passifloraceae

Sinônimos:

  • > Passiflora glaucescens ;
  • > Passiflora organensis ;
  • > Passiflora pertusa ;
  • > Decaloba organensis ;
  • > Decaloba rufa ;
  • > Passiflora maculifolia ;
  • > Passiflora organensis var. marmorata ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie se assemelha a P. misera, podendo ser distinguida pela corona unisseriada e subdolabriforme. Nome popular: maracujazinho (Bernacci et al., 2003).Atualmente, P. organensis é considerado sinônimo de P. porophylla Vell. (Cervi; Rodrigues, 2010).

Distribuição

Ocorre em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Milward-de-Azevedo; Baumgratz, 2004).

Ecologia

Trepadeira, típica de bordas de mata e cerrado. Fértil de novembro a junho e dispersada por animais.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica, Domínio Fitogeográfico onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O desmatamento no Cerrado atingiu em 2008 47% da distribuição original do Bioma. Entre 2008 e 2009 7.637km² de cerrados foram desmatados (MMA; IBAMA, 2011). Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão (MMA; IBAMA, 2011).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria EN (CONSEMA, 2002).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Itatiaia, Itatiaia - RJ; PARNA Tijuca, Rio de Janeiro - RJ; REBIO Augusto Ruschi, Nova Lombardia - ES; Estação Ecológica Nhumirim, Nhecolândia - MS; P.E. Grão-Mogol, Grão-Mogol - MG (CNCFlora, 2011).

Referências

- CERVI, A.C. Passifloraceæ do Brasil. Estudo do gênero Passiflora L., subgênero Passiflora. Fontqueria, n. 45, p. 1-92, 1997.

- BERNACCI, L.C.; VITTA, F.A.; BAKKER, Y.V.RIMA - FAPESP. Passifloraceae. 2003. 247-274 p.

- MILWARD-DE-AZEVEDO, M.A.; BAUMGRATZ, J.F.A. PASSIFLORA L. SUBGÊNERO DECALOBA (DC.) RCHB. (PASSIFLORACEAE) NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL. Rodriguésia, v. 55, n. 85, p. 17-54, 2004.

- CERVI, A.C.; MILWARD-DE-AZEVEDO, M. A.; BERNACCI, L. C. ET AL. Passifloraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB123052>.

- CERVI, A.C.; RODRIGUES, W.A. Nomenclatural and taxonomic review of Passifl oraceae species illustrated and described by Vellozo in Flora Fluminensis. Acta Botanica Brasilica, v. 24, n. 4, p. 1109-1111, 2010.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, IBAMA. Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite. Acordo de Cooperação Técnica MMA/IBAMA: Monitoramento do Bioma Cerrado 2008 a 2009, Brasília, DF, p.55, 2011.

- GALINDO-LEAL, C.; CÂMARA, I. G. Atlantic forest hotspot status: an overview. Washington: CABS and Island Press, 2003.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Passiflora organensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Passiflora organensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 21/08/2012 - 19:57:04